Relacionamento não é bengala

Pay tribute to your family (pets too!) with a custom watercolor portrait.

 

É preciso largar o osso para embarcar em viagens. É sempre assim: quem quer voar tem que abdicar do conforto do casulo, da casca, do suporte da árvore, do chão, tão confortável chão, que sustentava todo aquele sistema de vida. Nos relacionamentos amorosos, também é assim. Só se entra quando se sai. Não adianta fingir que entrou em um, se ainda não saiu de si.

Vejo muita gente acumulando relacionamentos como se estivesse juntando roupas no armário. Em um mês, você compra uma camiseta que adora. Usa, usa, mas abusa. E guarda lá, para ser usada quando der vontade. No mês seguinte, surge uma camisa mais bonita, e entra-se em um novo ciclo de usos e abusos. É exatamente assim, em alguns relacionamentos: as pessoas são tão objetivadas que são descartáveis. Entra-se em um relacionamento como se estivesse entrando em um bar. Depois de bêbado, a gente simplesmente paga a conta e vai embora.

Não entendo, nunca entendi as pessoas que conseguem se sustentar em envolvimentos tão superficiais. “É a bengala para encarar a vida”, disse-me uma amiga. Talvez, sim. Enfrentar a vida a sós pode ser extremamente difícil para alguns, e uma companhia – mesmo que objetivada – torna-se melhor do que nada. Ainda assim, relacionamentos superficiais e bengalas apenas “tapam o sol com a peneira”. No fundo, quem vive longe das profundezas do afeto está só. E quem precisa de bengala sente falta de uma perna.

Eu sempre aconselho aos meus amigos: se não quiser largar o osso, fique sozinho. Não vale à pena sair do conforto do casulo para perambular pelo mundo como um errante. É aquela história: quem quer viajar tem que, no mínimo, estar interessado em experimentar a comida, a arquitetura, as paisagens, as hospedagens e as crenças do outro. Claro, não é necessário largar e jogar para o alto. Pessoas são unidades, têm hábitos, vontades, desejos e pensamentos próprios. O desafio é abandonar o casulo, sem deixar de ser borboleta. Sair sem deixar de ser.

Para mim, relacionamento é isso. É sinônimo de viagem. Abandonar a casca para experimentar mundos novos. Quando a gente volta para casa, existe, na mochila, uma bagagem de experiências. A gente chega, joga a bolsa de lado, deita na cama e pensa no que aconteceu. Jogar fora o que não serviu e absorver o que pode ser útil. Relacionamento é tudo isso e mais um pouco. Não parece, de forma alguma, com uma bengala.

Portanto, fique no casulo. Se não quiser largar o osso.

Texto por Bárbara Buril (Umacapsula).

A diversidade capilar das mulheres nigerianas

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O fotógrafo nigeriano J.D Okhai Ojeikere, deixou um exemplo de trabalho social na fotografia, assim como um legado no mundo fotográfico. Suas fotografias são sobre uma Nigéria que quase ninguém vê e que ficará eternizada em pixels, frames e em uma das maiores formas de expressões do mundo, a arte de eternizar um momento, a fotografia. O shoot fotográfico se se denomina Hairstyles e contém mais de mil fotografias, cada uma com sua particularidade: um penteado tecido em cada fio de cabelo de suas mulheres, expostas nas imagens. O branco e o preto fazem sintonia em sua série fotográfica, esses mesmo penteados, se tornam mais do que uma obra de arte, e sim uma expressão cultural, baseada na vaidade dos fios. Faz levantar a questão: Existe o “cabelo ruim” tão ditado na sociedade ou todo tipo de cabelo, é diferente por si e tem sua particularidade? O mais interessante é que essa questão é respondida com o decorrer das fotografias.

JD ‘ Okhai Ojeikere nasceu em 1930 , na parte ocidental da Nigéria. Um de seus primos aconselhou-o a comprar uma câmera e ensinou tudo o que ele precisava saber sobre fotografia . Em sua juventude Ojeikere escreveu várias vezes ao Ministério da Informação, pedindo ao ministério para contratá-lo como um assistente. Suas tentativas foram recompensada quando em 1961, a primeira estação de televisão foi fundada.

Às vésperas da descolonização ele foi contatado pela agência de Publicidade do Oeste Africano, onde ele pagou suas dívidas e logo depois que ele abriu seu próprio estúdio “Foto Ojeikere ” . Em 1967 ele tornou-se um membro ativo do Conselho de Arte da Nigéria, um grupo encarregado de organizar um festival de artes visuais e vivos. Esta foi uma oportunidade para Ojeikere para dedicar-se à cultura da Nigéria, para o qual foi profundamente ligado .

Em suas fotografias existe uma linha tênue que dita o preconceito, seja racial ou até mesmo capilar, parece baste tênue em cada retrato tirado.  A arte e vista como a mais bela expressão da tendência social, sobre vaidade e cabelo e a fotografia vem como uma arma de expressão, colocando em pauta, o nosso maior tabu: O nosso próprio modo de enxergar o “bom” e o “ruim” influenciado pela mídia.

Essas imagens, são registros de um legado cultural e acima disso, são registros de uma questão levantada durante séculos e que muitos ainda parece não enxergar, “O que é beleza” e qual o serviço dela na sociedade atual. O afro não é só um registro de aceitação, luta e identidade para as nigerianas mas também, um registro da beleza, cuidado e da vaidade de cada mulher consigo mesma. E pra você, o que é belo? Existe cabelo bom e ruim? Veja as próximas imagens e reflita.

 

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Para ver mais, visite este link.

Tutorial: Edição de Imagens com Tipografia no Photoshop

Tipografia é o ato de brincar e mexer com as fontes em determinado lugar. No caso do tutorial, será mexer com as fontes em uma imagens. Coisa que é bastante comum em redes sociais, tanto Pinterest quanto WeHeartIt indo até ao Facebook, Twitter, Orkut (Ainda existe?) VK, dentre outras. Tive a ideia vendo um tutorial da Laura Guernett e ao receber e-mails pedindo tutorial de escrita em imagens, uma escrita acompanha de brushes (pincéis), shapes (formas) e etc. É um tutorial pra quem não tem muita malícia ainda com o PS, por isso vai, me explicadinho. O tutorial é bastante fácil, porém é um pouco estendido.

1. Abra a imagem desejada. Arquivo > Abrir. Selecione a pasta e clique na imagem que deseja abrir. A minha foi essa daqui:

Lembrando que, qualquer ação indesejada feita no photoshop, você pode apertar CTRL + ALT + Z e desfaze-la. Clique nas imagens para ve-las maiores.
 
2. Logo em seguida clique em F7. Irá abrir as layers (Camadas).
Clique em CTRL + J, e sua imagem será duplicada. Vá até onde está a flecha e deixe em “Screen”.
3. CTRL+J para criar uma terceira camada e mude a opção para Soft ligth.
Depois vá onde a seta embaixo indica, e clique na bolinha e selecione a opção Black & White.
4. Mantenha o CTRL pressionado e selecione todas as camadas, depois de selecionadas, aperte CTRL + E. Você irá formar uma única camada.
5. Agora vamos desfocar a imagem, na barra superior clique em Filtro > Desfoque > Desfoque Gaussiano.
Quanto maior o número, mais desfocada irá ficar a imagem. Quanto menor, menos desfoque.
6. Escolha uma forma personalizada para aplicar na imagens. Existe milhões para você baixar no DeviantART (clique aqui e veja todas) e para instalar é só baixar em download as shapes, copiar o arquivo que foi baixado e colar na pasta Meu Computador > Arquivo de Programas > Adobe Photoshop > Presents > Shapes. Cole na pasta shapes e ela estará no seu photoshop.
Ps: Caso você não queira baixar uma shape, você pode procurar por molduras, seja no google pesquisando por “Molduras Png” ou nesse site que tem várias, salvar a imagem da moldura, abrir no photoshop, apertar CRTL + A, depois copiar com CRTL + C e colar na imagem que você está editando com CRTL + V. É uma opção sua, desde que a moldura seja em PNG, ou seja, sem fundo.
7. Coloque as molduras
8. Selecione a ferramenta Texto e clique em cima de onde você quer o texto. Em cima, na barrinha, escolha a fonte, o tamanho dela e a cor.
9. Após isso, edite o texto como quiser. Se possível, clique no Fx das camadas pra editar o texto e depois em sombra projetada, pra ele ter uma sombrazinha e não se difundir com a claridade da imagem. Aumente a sobra projetada como quiser, lembrando que quanto maior o número do tamanho, maior será a sombra. 

10. Se você quiser deixar ela mais vintage, adicione ruído: Selecione o plano de fundo (imagem), vá em Filtro depois em Ruído e após isso em adicionar Ruído. Quanto maior o número que você colocar, maior será o tamanho dos ruídos na imagem.

 

E essa ficou a tipografia em imagem pronta:
Fiz um passo a passo de como fiz a edição dessa imagem, onde adicionamos brilho,  deixamos a foto em preto e branco, desfocamos, criamos e fizemos sobreposições de camadas. Tentei explicar da maneira mais clara possível, mas caso fique alguma dúvida, deixe nos comentários. O tutorial foi inspirado totalmente no blog da Laura Guernett.
As fontes usadas nessa imagem foram: Amatic
O círculo usado foi baixado nesse blog aqui, We Lived Happily Ever After e DeviantART
 
E também, se quiser aprender algo no photoshop, eu posso tentar ensinar, só perguntar nos comentários. 

 

Dama na rua, puta na cama

(1) Tumblr

Mulher pra casar não vira a noite na balada. Mulher pra casar se dá o respeito e usa roupas comportadas, ao invés de sair exibindo decote e coxas por aí. Também não fuma, porque sabe que isso é coisa de homem. Beber, então, no máximo uma taça de vinho. Porque cerveja é algo masculino demais e não combina, né? Mais importante ainda: mulher não dá na primeira noite. Se você conseguir levar para o motel assim, sem mais nem menos, é vagabunda na certa. Trate de dar o número de telefone errado e não ouvir nada do que ela está dizendo, porque ela não vale sua atenção. Mulher assim, que bebe sem medo da ressaca, ri sem medo da altura da gargalhada e transa sem medo do orgasmo não é pra ser levada a sério.

Se você conseguiu terminar esse parágrafo sem ter nenhum acesso de gastrite, parabéns. Se você levou a sério e pensou em me xingar, muito obrigado. Em último caso, se concordou com cada linha, saia da minha frente e não apareça nunca mais. Não apareça nunca mais por um simples motivo: se você acredita piamente que a ala feminina é dividida entre mulheres pra pegar e mulheres pra casar, você não respeita nenhuma delas. Afinal de contas, quais são os fatores classificatórios para encaixar uma mulher em uma dessas categorias? A roupa que ela usa? O número de caras com quem ela já transou? O tamanho da saia ou a generosidade do decote? Maquiagem? E o que você faz com cada uma delas? Com a mulher pra casar, você compra uma casa pra ela limpar e tem uma penca de filhos pra ela cuidar. E a mulher pra pegar é aquela que você usa – dá uma transadinha e beijo, não me ligue. Certo? Errado. Erradíssimo. Objetificar mulheres dessa maneira é apenas mais um passo para endossar ainda mais o pensamento machista que permeia grande parte da sociedade. Pensar assim contribui para que o número de agressões (físicas e psicológicas) às mulheres só aumente. Eu, no fim das contas, posso voltar para casa no fim da noite correndo apenas o risco de ser assaltado. Suo frio, porém, quando alguma das mulheres que fazem parte da minha vida se encontra nessa situação, já que qualquer motivo pode ser suficiente para um abuso, uma agressão ou um estupro.

Perpetuar esse pensamento não é apenas uma atitude conservadora e imbecil como denota um amadorismo imenso no que diz respeito a se envolver com – e conhecer – alguém. É achar que pessoas são simples em uma medida que permite classificações tão rasas. Especialmente se estamos falando de mulheres, os seres mais complexos que já pisaram nesse planeta azul. E já que o assunto é rotular mulheres, aproveito também para discordar veementemente de Nelson Rodrigues no que diz respeito às damas na sociedade e putas na cama. Não consigo passar meia volta do relógio ao lado de uma dama, daquelas que precisam pensar três vezes na hora de falar, levantam o mindinho religiosamente na hora de tomar uma xícara de chá (aliás, quem em sã consciência gosta de chá?) e ficam estarrecidas ao ouvir um palavrão. Ao mesmo tempo, lidar com uma puta na cama não é das tarefas mais animadoras, com todo o respeito à classe. Não tem tempero, não tem química, não tem graça. Quero uma mulher que tenha a indecência de gargalhar até engasgar, que tome cerveja com meus amigos e encha a boca pra mandar o juiz tomar no cu, no meio de um jogo do Corinthians. Que, ao mesmo tempo, saiba que sexo não é a representação de uma cena qualquer do XVideos e que ela não precisa se inspirar na Sasha Grey entre quatro paredes. Uma mulher que entenda que meu prazer começa logo depois do dela. Por isso, peço do alto de minha insignificância: moça, esqueça as dualidades de casar vs. pegar e de dama vs. puta. Não seja nem uma metade, nem outra. Seja inteira, seja você. Se deixar de usar uma saia curta, que seja porque o tempo está frio ou porque a cor dela não combina com seus sapatos. Se for para deixar de beber pinga, que seja por culpa da gastrite ou tão somente porque você não gosta de álcool. E mais importante: não deixe de dar para aquele cara na primeira noite por medo do que ele vai pensar, mas por simplesmente não querer transar naquela noite. Ou porque ele é um babaca que te chamaria de piranha para os amigos depois de te comer – e achar que ele é o maior especialista em sexo da Terra, ainda que ele só tenha pensado em si na cama.

Texto do Lucas Baranyi para Casal Sem Vergonha.

Tutorial: Fazendo Lente FishEye (Olho de peixe) em casa

A conhecida como Fish Eye ou Olhos de Peixe pode ser facilmente feita em casa e faz os mesmos efeitos das feitas em fábricas.

  1. O que é a fisheye?
    É uma lente adaptável para câmeras digitais e analógicas (antigas que utilizam filmes para revelação). A lente fisheye tem o ângulo arredondado e isso proporciona um maior campo de visão da fotografia. É utilizada em portifólios fotográficos e hoje em dia já se vende separada para adpatar em câmeras e iphones mas tem um alto valor. Só para iphone ela pode chegar até R$ 100, 00.
  2. Tem como fazer em casa?
    Tem e você deve fazer. É um absurdo pagar caro por serviços que você desfrutar fazendo em casa. Por isso, fiz uns tutoriais gringos, pois não achei em português em nenhum blog. Confiram no resto do post.

Fazendo com uma câmera Sony

1. Você precisa de: EVA, uma tampa que seja do tamanho la lente da sua câmera, um olho mágico (aqueles de porta) e uma tesoura ;
2. Corte na tampa um furo que dê para prender o olho mágico;
3. Depois corte o EVA em forma de tira, para que você possa colocar dentro da tampa (assim não arranha sua lente);
4. Coloque-o na tampa;
5. Coloque o olho mágico nele;
6. Como ficou;
7. coloque sua lente caseira fisheye em sua câmera;
8. Agora você já pode tirar as fotos! Um detalhe: talvez sua lente fique embaçada então regule o foco de sua câmera, também é necessário que você use o zoom para regular o tamanho do contorno em volta.
Se não sabe onde comprar o olho magico aqui você encontra ele super barato.
Fazendo com uma Canon
  1. Papelão de embalagem
  2. Espuma (fácil de encontrar na ferragem mais próxima)
  3. Fita durex
  4. Cortador de papel
  5. Olho mágico de porta (fácil de encontrar na ferragem mais próxima)
  1. Corte papelão embalagem.

Nesse primeiro passo você deve cortar 2 pedaços de papelão. O primeiro deve ter o mesmo formato da lente de sua câmera (a camera utilizada deve ter uma lente com tamanho de mais ou menos 50 mm para se ter um resultado agradável).
O segundo corte deve ter comprimento suficiente para envolver sua lente e a largura deve ser igual ao comprimento do olho magico.

   2.   Corte da espuma.
Nesse passo você deve cortar 2 pedaços que juntos tem mais ou menos o mesmo tamanho da sua lente.
 3 e 4.   Início da montagem da lente.
Nesse passo você deve juntas os componentes para que tenha o mesmo formato que a lente terá quando estiver pronta.
   5.   Finalização
Nesse passo você deve adicionar o pedaço de papelão e usar durex para prende-lo.
Para realizar as fotos você deve posicionar a lente olho-de-peixe na frente da lente de sua câmera DSLR ou compacta, e utilizar o modo manual para ajustar a luz até a foto ficar boa. Se você quiser pode prender a lente com durex. Como a lente do olho mágico não tem a mesma qualidade de uma lente de uma câmera fotográfica, para as fotos ficarem boas você deve fotografar na rua com bastante luz do sol ou usar um flash de estúdio.
    
Obviamente, a qualidade da foto com a Canon fica muito melhor e mais escura do lado, mas isso pode-se resolver com um editor de imagem na foto. A duração dessa lente improvisada é pequena e se desgasta, mas em compensação o preço de uma fisheye é bastante significativa, a fisheye é bem cara e é quase uma DIANAF+ em sentido de preço.
 
Update 1: Se sua foto ficar embassada, passe um pano úmido no olho mágico ou, compre outro. Muitos olhos mágicos que ficam por tempos em lojas, costumam a pegar fungos ou ficar totalmente empoeirados. Se tiver outra duvida, é só deixar um comentário e eu respondo.
Update 2: Esse tutorial foi feito por mim no meu antigo blog, batmangypsy.blogspot.com por isso a marca d’água, porém, é proibida a cópia sem aviso prévio desse tutorial.

Hollywood e o preconceito com Ruivas

Superestimada ou não, a Pixar é uma das maiores – se não, a maior – empresa de animação do mundo. A Pixar, conhecida por tornar Steve Jobs como o maior acionista da Disney, ela coloca com a mais alta tecnologia, toda fantasia possível na tela. Em 2012, produziu o filme Valente (Brave, em inglês), em uma co parceria de Mark Andrew, Brenda Chapman e Steve Purcell. Em uma entrevista para uma revista Finlandesa, sobre o filme, Steve afirmou “A ideia era produzir alguém que transmitisse um gênio forte, uma impulsividade latente, que falasse com o público e não fosse apenas uma mocinha.” continuou “A Brenda (Chapman) perguntou porque não uma ruiva, de cabelos cacheados e ao vento, era uma ideia arriscada, tínhamos medo das pessoas não se identificarem com ela, pois há uma parcela muito pequena de pessoas ruivas no mundo. Geralmente, as crianças gostam de assistir e dizer: essa sou eu, mas é muito difícil de fazer isso com uma pessoa de cabelos de fogo. (…) Mas eu tinha que fazer isso, era empolgante, uma carga de característica em um personagem e de genética também.” A identificação que Purcell afirmou, não vem de hoje. Existe uma frase pré-fábrica de que ruivas são raridades, mas a identificação do público com elas, não são tão efetivas.  A mutação genética do Rutilismo, conhecido como “Ruivos” tem uma trajetória intensa de rejeição nas telas. Os cabelos vermelhos eram conhecidos por lembrarem o carnal, a sexualidade pura e promíscua e fazer com que as donas de casa não se identificasse com o que estava sendo mostrado, o resultado disso é uma repulsa e o ruivo fora dos padrões de beleza.

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Katharine Hepburn

 Quem vê essa foto ao lado, não imagina Katharine como uma ruiva, cheia de sardas pelo o corpo todo. Hepburn, lendária atriz que ganhou quatro Oscar como melhor atriz, foi obrigada a pintar sua madeixas porque “O ruivo deixava o seu cabelo bastante limitado.” Segundo ela. Sua carreira, foi cheia de colorações e entre elas, o ruivo ficava quase sempre de lado ou lado a lado.

           999

Ann Sheridan

Foi chamada de a Oomph Girl  foi também uma grande estrela na Warner, parceira de Flynn e Bogart. A atriz pintava seus cabelos de loiro constantemente para publicidade, pois os empresários achavam que poucas mulheres iriam se identificar com os cabelos de fogos e que os mesmo estimulavam o desejo carnal. Ann, que morreu muito jovem, foi uma pin up popular da época e mesmo com pin up ela dizia que o ruivo passava uma sensualidade exagerada.

777     

Rhonda Fleming

Rhonda foi uma das impulsionadoras do cinema underground e exótico. Ela chegou a filmar no Brasil no Paraná, um filme chamado Pão de Açúcar (que está perdido ou não existe mais). Manteve boa parte de sua carreira com cabelos castanhos, só voltando a cor natural depois de uma certa idade. Rhonda afirmava que conseguia se sobressair mais castanha do que ruiva, nas telas.

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        Ann Margret

Ann era dona de lindos cabelos ruivos, porém, bastante claros e se beneficiava disso. Apareceu várias vezes ruivas, inclusive no seu maior sucesso, o filme Las Vegas junto com Elvis Presley. Porém, a Sueca variava a tonalidade do cabelo e alegou várias vezes que clareava com camomila ou tonaliza de cores mais abertas mas não perdia seu ruivo, de jeito nenhum.

444                        

Nicole Kidman

Nicole parece não sofrer do mesmo problema que sua colega de profissão, Juliane Moore. Diferente dela, Nicole nasceu ruiva mas pinta o cabelo para o papel que precisar, já passou pelo loiro, castanho escuro e castanho claro. Diferente também das atrizes acima, Nicole não sofreu nenhuma opressão para pintar, pinta apenas para a caracterização do personagem.


555

Kate Walsh

Atriz de séries como Grey’s Anatomy e Private Practive, Kate já afirmou que ama seus cabelos na cor natural, um ruivo escuro, porém, não se prende a ele e já passou pelo preto e pelo o castanho, mas afirma que nunca vai pintar de loiro pois “tem medo do que a oxigenada possa fazer com a cor natural.”

222

Clara Bow

Clara foi uma das atrizes mais importantes do cinema mudo e sempre lutou para ter a cor original dos seus cabelos na capa dos filmes. Diz uma história que ela um dia pediu ao Louis J. Gasnier (diretor do seu filme, Parisian Love) pare aparecer com os cabelos ruivos e ele disse “E então as pessoas vão achar que é um filme sobre o demônio, para ser cabelos vermelhos” porém Clara conseguiu no fim de sua carreira, aparecer com os cabelos vermelhos, nos filmes Filhos do Divórcio, The Wild Party e Call Her Savage.

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Ginger Ross

Famosa nos anos 40’s, ganhadora do Oscar, foi uma surpresa quando disse em uma entrevista que era verdadeiramente ruiva, seguindo a revelação, ela disse que queria mostrar para o mundo que podia ser sedutora e uma boa atriz e não que era uma promiscua (o que o cabelo vermelho fogo original dela sugeria ao público na época).

333

Lindsay Lohan

Lindsay Lohan ou Lilo é conhecida por seu cabelo mutante. Dona de milhares de sardas e um cabelo ruivo de dá inveja a qualquer cristão – por ter uma cor forte com uma mistura de cobre e vermelho – Lilo já platinou, amarelou, pintou de preto, castanho claro, escuro e recentemente, ao sair da sua ultima prisão, tentou pintar de um ruivo mais forte, que não ficou tão bonito quanto seu original que pode ser visto em Meninas Malvadas. Lilo já afirmou várias vezes que “não é mulher de uma roupa só e nem de um cabelo só.”

 Kate Kielzen

Nunca chegou a ser famosa de verdade. Escocesa, ela se inspirava em modelos como Twiggy, porém, se recusava a pintar seu cabelo totalmente de loiro, o que era o padrão da época, foi assim cortada do casting de modelos e nunca mais se ouviu falar dela. Ainda chegou a clarear o cabelo como na foto ao lado mas não foi suficiente, os padrões da época exigiam uma bloond girl.

A lista de atrizes ruivas que foram sucumbida pelo o teatro, cinema e veículos de comunicação são enormes e não caberia em um artigo. Mesmo no cinema mudo como com a It Girl, Clara Bow, era censurado o cabelo nas capas dos filmes, cartazes e em propagandas. Não existia nenhuma lei para isso, mas era uma questão de “bom senso” pois o “estilo de vida americano” que tinha a mulher, dona de casa, feita e perfeita para o marido, não permitia que o cabelo chamasse mais atenção do que ela própria. Criou-se então a ditadura do cabelo loiro, só quebrada no mundo da moda com Gia Carangi (Uma das unicas modelos da época de 70 a não pintar o cabelo de loiro e também uma das primeiras a morrer com o vírus HIV).  Até final dos anos 50 e metade dos anos 60, o loiro dominava todas as esferas, também adivindo de Marilyn Monroe, atrizes como Edie Sedgwick fazia de tudo para adquirir a sensualidade loira que vinha com uma “ingenuidade”. Hoje em dia, atrizes ruivas como Mariana Ruy Barbosa são superestimadas no Brasil.

Update: A postagem teve um erro, Lucille Ball não era ruiva de nascença, na verdade, ela tingia de ruivo com henna. Confundimos ela com a Ann Margret. Obrigada a leitora Aline Ramos pela dica. 

Moda: Arte ou Comércio?

A moda e a arte a meu ver são conceitos que estão intrinsecamente ligados, devido à conexão que ambas estabelecem em detrimento do fazer artístico, bem como a sensibilidade que podem despertar nas pessoas que as apreciam. Ou seja, moda é arte, pois, ao observar as inspirações que os designers têm para construir uma tendência,bem como um “look, identificam-se diversas manifestações artísticas inseridas no vestuário. Não obstante, pode-se citar o vestido “Mondrian” de Yves Saint Lauren como uma peça de roupa inspirada totalmente em um quadro de Mondrian do neoplasticismo ou abstracionismo geométrico. Esse exemplo citado acima está relacionado à obra de arte em um contexto da arte moderna, em um quadro propriamente dito.

Vestido Mondrian by Yves Saint Lauren

Mas pode-se citar também Alexandre Herchcovitch com sua linha para a Tok Stok com objetos de uso cotidiano, inspirados no design contemporâneo, mas especificamente uma adaptação dos recursos utilizados na Escola de Bauhaus. Todavia, a arte é reflexo de um determinado período/época, bem como a moda,ou seja, analogamente pode-se ver neste exemplo sua extrema relação. A arte sem dúvidas explora a sensibilidade e faz a sociedade ficar mais criativa ao “abrir a mente” para diversas possibilidades; a moda apesar de ser tratada estritamente como comércio, também pode dar outras formas de exploração e de apreciação. Obviamente, o fator do consumo é evidente, mas também pode causar outras sensações além da racionalidade e do impulso da compra. Outra questão é a da individualidade enquanto narrativa imagética ou iconografia no que se refere ao vestuário.

Atualmente a sociedade parece aderir às mesmas tendências de moda, ou seja, as pessoas perderam sua identidade enquanto “estilo”, pode-se dizer que houve uma massificação da moda. Entretanto, com a “invasão” da arte no vestuário pode-se observar nas peças até mesmo os gestos mais eloquentes traduzidos em códigos visuais, – “o mundo das ideias” e da “história” que cada pessoa pretende transmitir através da sua roupa. Gloria Coelho com sua grife tradicionalmente brasileira, remete ao futurismo com suas formas geométricas e sua linguagem visual de maneira “cibernética”, sua coleção é vanguarda e inspira o conceitual enquanto forma e uso respectivamente; e até hoje se estabelece no mercado. Contudo, outra grife como a Zoomp e a Zapping de Renato Kherlakian, que tinham como foco o “jeans wear” não obtiveram tanto sucesso, em razão de crises financeiras, a marca não conseguiu se reerguer com muitas dívidas no mercado. Em suma, citei acima alguns exemplos de grifes brasileiras que não deram certo, mas existem muitas outras que até encontraram seu apogeu, mas também se depararam com o seu declínio. A meu ver é preciso que haja constantes inovações no mercado de moda, sabendo que a efemeridade é um dos três pilares que a mesma possui, ela pode denotar também um lado artístico e conceitual respectivamente, além do consumo. A moda é designada como – mercado, marketing,capitalismo, óbvio que esses conceitos são verossímeis, mas é preciso que haja um novo olhar sobre ela, mais tátil, mais subjetivo.

 

Oleg Oprisco e o Surrealismo

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Oleg Oprisco é um jovem fotógrafo capaz de praticamente revelar o mundo de cores e emoções que se escondem em certos momentos do dia a dia, transformando o cotidiano em um verdadeiro conto de fadas, com direito a princesas e tudo. Com apenas uma máquina analógica, Oprisco capta com precisão meticulosa os elementos de suas composições, sempre inspiradas na mais insuspeita beleza da vida real. O resultado disso é a criação de narrativas visuais deslumbrantes e quase atemporais que absorvem a subjetividade do espectador.

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